sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Menina de rosa

eu estava sentada na beiradinha do banco.
dali podia ver um casal passando, dividindo uma pipoca.
também vi uma mulher com uma menina- a menina chamava a mamãe, mas a mamãe estava falando ao telefone, muito interessada na conversa.
Passou um amigo, acenou. Passou outro, veio dar oi, perguntou da vida...
Recebi um telefonema, acendi um cigarro, tirei uma foto, duas, três.
Vi um papel no chão: "existirmos, a que será que se destina?"
Olhei pro papel que não parava de me olhar. Me lembrei que preciso ler o conto do homem que vomita coelhinhos.
Aí falaram pra mim:
-Não se esqueça que você existe. É e vai continuar sendo de carne, osso e sentimento.
Verdade, pura.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

as folhas sabem procurar pelo sol e as raízes procurar, procurar...

estranho.
tenho saudade
do que nunca vivi
sentimento ímpar
uma mistura de graça com seriedade
uma inquietação que tem sido paciente
nunca soube esperar. como explicar isso?
linha tenue entre muita coisa e nada concreto
de concreto basta o vício dos prédios
não quero concreto.
quero nuvem, chuva, sol...
palavras doces tenho muitas
todas guardadas esperando as brechas de luz que você...
-amanhã eu continuo a contar essa história.
boa noite.

retalhos

não quero sugar todo o seu leite
nem quero você enfeite do meu ser
quero amor e quero amar
quero a vida aproveitar
e quero que você venha comigo
todo dia, todo dia
não se esqueça de mim
não se perca de mim, não desapareça
me deixe sim, mas só se for pra ir ali
e pra voltar
nem venha querendo você se espantar
não, não, não, não, não


se acaso anoitecer, do céu perder o azul
entre o mar e o entardecer...
eu vou ficar aqui
até acabar a festa.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"do mesmo jeito que Cê veio, Cê foi embora...

achei estranha sua partida, assim como estranhei o modo como chegou!

tudo bem: eu andava antes, ando agora. sorria antes, sorrio agora...

a diferença é que eu passeava por palavras minhas e suas que mesmo que de leve se costuraram de

alguma forma... e agora as palavras se apagaram. (sozinhas?)

eu andava antes, ando agora. sorria antes, sorrio agora... "

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

que bom que é quebrar os ciclos! que bom vomitar pelos lugares as coisas velhas engasgadas! êta vício! chega! tão ruim esse enjôo, o medo... mas que alívio ficar vazia de novo para se encher de coisas boas, de músicas, versos, cores e cheiros, pessoas queridas, paisagens, dança! letras que aos poucos estão conseguindo entrar pelas minhas fechaduras e sair pelos poros todos.
ufa... acho que vou lavar louça.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

com a alma enxarcada

esses dias antes de dormir fiz uma frase linda na minha cabeça... nunca vou lembrar dela tão linda e precisa que foi... vai ver não era pra ser minha e um dia alguém vai dizer ela pra mim. já estou com saudade da minha frase...

tenho me sentido que nem uma aquarela
há pouco eu estava tão forte, concentrada...
e agora me diluo cada vez mais
estou ficando em tom pastél
estou tão aguada que minha página vai se rasgar e molhar todas as minhas palavras.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

versando sobre coisas vagas ou quero te colecionar ou eu não quero isso, seja lá o que isso for.

essa chuva constante abre espaço para perceber uma porção de coisas que sem chuva a gente não percebe...
que bucólico.
ainda não chegou o carnaval, para muitos o ano só vai começar depois da quarta feira de cinzas... vamos juntar o que restou dos nossos panos coloridos e tentar fazer da vidinha uma coisa leve de se levar... ia ser tão bom levar uma vida leve, tão leve, mas tãããão leve de não conseguir pisar o pé todo no chão... de não precisar arrastar as coisas pelos concretos da cidade...
nunca entendi quem coleciona pessoas... é tão solitário... eu nunca quis colecionar ninguém. a cidade me puxou pra solidão e quando eu vi já estava colecionando 3. coleção começa pequena.
-vamos trocar pessoas?
-mas não tenho nenhuma repetida...
-vamos fazer assim: te dou três pessoas pra você guardar num potinho e você vem pra perto de mim.
-e o que a gente faz?
-a gente se coleciona...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

minha burrice consiste em repetir o mesmo erro: de sempre, sempre te querer quando você não me quer. e basta me querer que não te quero mais de jeito nenhum, nem pintado, nem musicado, nem filmado. então, vamos combinar o seguinte: quando me quiser, pode me despedaçar,passe por mim e me ignore solenemente, se eu te der 'oi', pode me dizer que não me conhece, que nunca me viu e que devo estar me confundindo.
aliás, estou me confundindo. me confundindo.

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