domingo, 29 de março de 2009

está escrito nas ruas

o amor é importante.porra.

sábado, 28 de março de 2009

que palavra rima com escuridão?

hai-kai

tarde de vento
as árvores querem vir para dentro



(Clarice -1994)
quero só cantar.
quero cantar,só.
quero cantar só.
só quero cantar.
só cantar quero.
quero cantar e só.

sexta-feira, 27 de março de 2009

achArte

tem chá mate
tem chá de erva cidreira
tem chá de cadeira
tem chá de camomila (necessário!)
e tem também o chá de sumisso.- esse é amargo que é danado...té dói!

hoje ouvi que




o sentido é o que a gente sente, e não o que é.

quinta-feira, 26 de março de 2009

enquanto

Enquanto esperava um ônibus na Teodoro, fumava um cigarro e reparava nos pés que passavam. Estava sentada no meio fio e dali, cabisbaixa, eu ficava no nível dos pés alheios. De gente moderna, de gente pobre, de gente esnobe, se esquivando de mim, se esquivando do cigarro, se esquivando das outras gentes com pés diferentes que passavam pelo mesmo chão.
Bem dizia minha tia: "a gente é só"...

e sou.

quarta-feira, 25 de março de 2009

vuô...

Um sopro muito forte e, fuuuuuuuuuuuuuuuuuu
todos os grãozinhos de areia que colecionei pacientemente ao longo dos tempos
voaram...

terça-feira, 24 de março de 2009

Sinto voltar a citar o inferno astral... mas como não notar que ele é o culpado por essa tpm infindável? Hoje meus alunos não puderam brincar com nosso porquinho da indía porque simplesmente não tive coragem de tirá-lo da sua aparente vida pacífica... tenho pena dele que quase choro. Fora as laricas mirabolantes de comer coisas com catchup... ficar ouvindo melancólica o cd do mombojó que nem quando eu tinha meus insuportáveis 16 anos...
só falta agora eu me trancar no quarto pra chorar e fumar escondido...

domingo, 22 de março de 2009

ressaca selvagem!

ontem alguém estava dizendo que Gin: não!
hoje aumento a listinha e digo- Catuaba: não!

sugestão

se é que me permitem, sugiro que não deixem de assistir "entre os muros da escola".
foda.

quem sabe mombojó consiga...

Cada passo falso que eu disfarço e não posso mais sofrer
Eu não consigo mais viver sem ter, poder retalhar não sei
Eu te levo e trago e não passo e está tudo bem, tá tudo bem
Se eu desmonto e disfarço é porque você não vem, você não vem
Mas se eu peço e renovo é porque eu te quero bem, te quero bem

o outono traz um tempo seco

ando pelas ruas de noite a
espera desse encontro acontecer.
sem a chuva, como vou suportar esperar por você?
o abraço que ensaiei muitas vezes, já sei de cór.

sei
de
coração.

sábado, 21 de março de 2009

follow up

estávamos lá, atrasados como sempre... sentados em roda, fizemos confissões sobre como andam as coisas da vida. Teve quem se drogou, teve quem casou, teve quem gerou um filho, teve quem viajou, se perdeu, se encontrou. Teve gente que deu de cara com a realidade, teve quem aparentemente não se afetou. Teve gente que dançou. Teve gente que cantou, serviu mesas, ilustrou. Alguns choraram, alguns ficaram indiferentes. Teve gente que não foi. Teve gente que engordou, teve gente que emagreceu, enloireceu, desapareceu. Teve gente que se entregou mas não aguentou e saiu à francesa. Bebemos juntos, com saudosismo, mas sem muita entrega. Só de olhar a configuração das mesas dava pra ver que tudo ainda está muito parecido... Foi bom, mas foi tão diluído, doído, engraçado... ("ai, que viva a liberdade dentro da saudade")
Já passou. Em cinco anos nos encontraremos mais uma vez.
"Agora é sobrar noutro canto".

sexta-feira, 20 de março de 2009

lista de precisões

calma
sorte
calma
paz
luz
calma
serenidade
desapego
calma
calma
calma

quinta-feira, 19 de março de 2009

acabei de escrever uma historinha e deletei!
fiz igual as crianças quando constróem um castelinho bem alto e depois destróem e dão risada...



(construir castelinhos coloridos, para depois desconstruir: é isso que tem me feito,ser)

Tudo nosso

De ontem pra hoje sonhei que tudo dava certo, que nenhuma dedicação tinha sido em vão. Parecia uma delícia, um filme, mas com um tom mais real. Tinha vento, luz de fim de tarde, abraço forte, trilha sonora, olhares libertos, sopros e tranquilidade. Era tudo muito. Era tudo muito bom. Bom,bom.

quarta-feira, 18 de março de 2009

no peito das desafinadas também bate um coração...

que chova!


acho que a chuva ajuda a gente a se ver

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça...

segunda-feira, 16 de março de 2009

beijo bom

tire seu amor aí da sua cabeça. coloque no coração, onde deve permanecer até que chegue a hora de divulgá-lo. Então, leve-o até a sua boca que o espalhará em versos à quem interessar possa. se esse amor for recíproco, deixe que ele entre pelos ouvidos, chegue à cabeça e encontre novamente o coração. (para levá-lo à boca num beijo bom)

elevar-se

tudo que se eleva vai ficando rarefeito...as folhas das árvores e também meu amor por você. não digo com isso que nada deva se elevar. mas sou do do mundo e meu corpo me traduz melhor que céu...

.

aquela que não quer mais ser turista no coração alheio, olhou pro céu e não encontrou lua nenhuma.
parece que a lua também não nasce para todos.

heim?

como pode um sorriso sair de um canto e se teletransportar pra outro?
como faz pra um canto de boca ser feliz noutro canto?
quando é que um sorriso de canto de boca se espreguiçará tranquilo ocupando a boca toda e toda a vizinhança?

sábado, 14 de março de 2009

Ela

pega um lápis e decide desenhar.
traça algumas idéias fracas.
se revolta e cauca o lápis no papel.
insiste nas linhazinhas. que mania.
faz cinco anos que age assim:
vai ao banheiro, arrepia o cabelo e passa um batom vermelho.
dizem que é desorientada, a coitada.
anda na rua pulando as divisões da calçada.
gosta de rosnar pros passantes.
eles dão risada. com sorte não voltarão a encontrar aquela maluca na rua.
morre de dor de cabeça aos domingos.
aliás, por ela os domingos deveriam ser extintos.
ninguém é obrigado a sentir angústia.
as vezes ela se joga na sala e fica se esfregando no chão.
gosta do cheiro do taco de madeira velho.
fica debruçada olhando as ranhuras dos tacos.
imagina ser gigante temida pelas formigas e seres miúdos.
o mundo se resume em olhar pro céu e olhar pro chão.
quando acorda em dias de céu, mal consegue conversar.
fica olhando para cima, infiltrando os olhos no ponto mais longínquo que consegue.
vem treinando isso ha muito tempo.
em dias de chão, torna-se uma figura verborrágica.
se encontra um ouvinte, bom.
caso contrário não se importa em falar com seus sapatos.
ontem me disseram que ela está com mania de assoviar.
tem desmaiado bastante por excesso de assovio.
quando perguntam porque ela não pára, responde:
- Gosto de assoviar, assoviar, assoviar até me sentir sem chão, sem céu, até minha vista empretecer. sinto tudo formigar e caio no chão até o cheiro do taco me acordar.

sexta-feira, 13 de março de 2009

"nossa! é maior que a cama de mamãe..."

(disse minha mãe quando viu o mar pela primeira vez)

a tal música delícia do cd demo misterioso

Ai, hoje a gente vai dormir
Sem ter hora pra acordar
Puxa logo esse edredon
Vem comigo se enroscar
Eu prefiro não sair
E curtir teu aconchego

Ai, faz um cafuné em mim
Me cutuca se eu roncar
Que eu vou me esfregando em ti
Até você cochilar
Esse frio não é ruim
Faço assim a noite inteira
ai, ai, ai...

Ai, você não sai daqui
Ai, eu quero descançar
Ai, curtir minha solidão
Sem ninguém pra me amolar
Ai, você já pode ir
Tchau, fica com Deus, um beijo

Ai, eu não sei o que dá em mim
Não sei o que quero mais
Só me meto em confusão
Não sei como me livrar
Ai, não sei me decidir
Escolher o que desejo

www.geracaosp.com.br

quinta-feira, 12 de março de 2009

tá tudo solto na plataforma do ar...

enquanto isso, troco as armaduras que me foram impostas por sopros vindos de muito longe.
pode ser que sejam sopros imaginários, mas por favor, não me digam a verdade.
(quero viver de sopro.)

quarta-feira, 11 de março de 2009

canção de ninar

vamos dormir.
te pego no colo e balanço forte.
não te deixo frouxo, se não, não se sente acolhido- não dorme.
te mantenho num aperto confortável com o ouvido perto do coração.
entôo aquele canto rouco envolto pelos sons maternos.
balanço agora sem tanta força. estou também com sono e me rendo ao balanço que propus.


vou me ninando-ninando você.
(bênção)

matutando cá com meus botões, a beira do inferno astral...

cada vez que paro pra pegar aquela flor da rua.
cada vez que recebo uma música boa de presente.
cada vez que passo pelo jardim do vizinho.
cada vez que converso com alguém e aquela conversa faz to-tal sentido.
quando pego um ônibus e acompanho um papo entre um crente e um esquizofrênico- ambos gênios.
e quando eu volto absorta da paisagem.
e quando eu canto na rua.
e quando eu leio as palavras que você carinhosamente alinha dentro das tuas frases.
e quando eu conto a história da menina tão pequenininha, mas tão pequenininha...
quando recomendo Cortázar.
quando danço um ponto.
quando volto cansada do trabalho e suspiro alto sem perceber.
É quando me sinto viva. e então espero o inferno passar.

papo de vinho

quando a gente era pequeno, chamava a gente de "bucho de guaru".
quando queria mudar de assunto dizia:" suspende e manda um bauru!"
quando queria ir embora dizia: "pinote go bye!"
quando me levava pra tomar café na padaria ia fazendo a brincadeira do "enquanto seu lobo não vem..." (e colocava aquela flor branca no meu cabelo)
quando dá bronca, me chama de "Maria Clarice."
quando o papo é sério ele convoca um vinho. ai do filho que não souber reconhecer um vinho...


papai ontem me disse pra ficar tranquila.
(e era exatamente o que a Maria Clarice precisava ouvir.)

terça-feira, 10 de março de 2009

Do Vento

eu gosto do vento. do gosto do vento. do vento na minha boca. do vento na minha saia. do vento na minha cara. eu gosto do vento. e quando não tem vento, eu danço pra fazer o vento. e quando tem vento eu danço no vento. eu danço pra venerar o vento. eu gosto do gosto do vento. do meu cabelo no vento, que bate nas minhas ventas, arde. eu gosto de por a mão no vento. do vento forte fazendo passar o tempo. que quando eu sonho, eu vento.





Estação Clínicas-Sumaré. São Paulo. 9/3/9

sábado, 7 de março de 2009

é de você mesmo que eu to falando

peço que você digite num papel sulfite versos convincentes
peço que você grafitte poemas de amor em tinta fluorescente
peço que você delete tudo que doeu e te deixou doente
não sei que bicho isso vai dar mas peço: vamos lá meu bem, experimente
peço que me dê abrigo, corte meu cabelo na lua crescente
se você zangar comigo, vamos ao cinema aliviar a mente
peço que você aplique tudo em nós dois daqui pra frente
não sei que bicho isso vai dar mas peço: vamos lá meu bem, experimente
peço que evite olheiras, a vida é passageira amor, não esquente
vamos imprimir em negrito tudo de bonito que marcou a gente
peço que compense o atraso, se quiser me caso agora e para sempre
não sei que bicho isso vai dar mas peço: vamos lá meu bem, experimente
tudo que te peço, meço pra não cometer excesso
mas se ocorrer o inverso me desculpa se eu te peço


(música "pepel sulfite- j. silva)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Nêgo,

já desabou água e foi pro nosso bem!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Tenho agora a nítida impressão de ter perdido o fio da meada...
Da sua meada.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Carta

Querida pessoa,
Lhe escrevo pra falar de coisas bonitas que eu vi naquela noite.
De muita gente sozinha, vi muita gente em bando, rindo tanto...
Teve uma moça que puxou assunto. Teve outra que me ajudou.
Teve também a moça das rosas. Ah, como aquilo foi bonito...Ela era magrinha, magrinha... Sua roupa era atemporal e era "tão pequena no jeito de não ser quase ninguém", que me lembrou um passarinho miúdo. Estava no ponto de ônibus, sentada embrulhando rosas brancas e vermelhas com um papel celofane. Tirava os espinhos com afinco, e com a rosa na palma da mão, embrulhava com tanto cuidado, tanta delicadeza que parecia um ritual de ninar...
Encontrei naquela noite gente tão querida, com abraço tão gostoso de quase desmaiar. Gente querida de trocar declarações bonitas.
Foi naquela noite que eu percebi que...
Ah... me desculpa se eu não soube descrever tudo isso pra você. Nem imagem, nem palavra, nem som- nada alcança a sutileza de alguns encontros.
Um beijo, Clarice

janta que veio tão a calhar...

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitarCaberá ao nosso amor o eterno ou o não dáPode ser cruel a eternidadeEu ando em frente por sentir vontadeEu quis te convencer mas chega de insistirCaberá ao nosso amor o que há de virPode ser a eternidade máCaminho em frente pra sentir saudadePaper clips and crayons in my bedEverybody thinks that i'm sadI'll take a ride in melodies and bees and birdsWill hear my wordsWill be both us and you and them togetherCause i can forget about myself, trying to be everybody elseI feel allright that we can go awayAnd please my dayI let you stay with me if you surrenderEu quis te conhecer mas tenho que aceitar(I can forget about myself trying to be everybody else)Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá(I feel all right that we can go away)Pode ser a eternidade má(And please my Day)Eu ando sempre pra sentir vontade.(I'll let you stay with me if you surrender)
-marcelo camelo-

(na falta de poder ouvir...)

domingo, 1 de março de 2009

as coisas tomando dimensões improvavéis

o corpo agoniado.
o olho enxarcado.
a falta do abraço.

meu íntimo escancarado
num domingo ensolarado

minhas palavras trêmulas
minha mão fria
meu corpo quente

a música que não tem me salvado
querendo o alívio
um sentido pra tudo isso
um lugar pra ir
e encontrar a minha calma.


("vem me buscar")

todos os meus poros vão dizer:

falei demais.me arrependi.tomei um banho.me perfumei.tentei de novo.saí de casa.peguei um ônibus. saltei na paulista.tirei dinheiro.comprei cigarro.comi uma quiche.tomei um mate.vi os cds.fui comprar caneta nova.perdi minha carteira!corri e achei.furei o sapato..comprei a caneta.procurei cortásar.não achei.comprei um all star pra calçar.fui ao cinema.chorei,chorei.saí e encontrei o resto do mundo.aquela gente minha.dancei minha alma.cheguei com "peço por favor, se alguém de longe me escutar, que venha aqui pra me buscar, me leve para passear no seu disco voador ou num enorme carrossel, atravessando para o azul do céu até pousar no meu quintal" na cabeça.que não sai do coração. que vem pra garganta e sai desatando os nós.
nós. assim.

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