terça-feira, 26 de julho de 2011

tó.

quando digo que sei, eu to mentindo.
eu não sei é nada.
não sei o que to fazendo, não.
não to falando de nós.
não tem nenhum nós aqui.
é tudo você e nada de mim.
é você se ouvindo e eu só no sim.
e quando digo que sim, eu to perdida.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

euvoutedareuvoutedareuvoutedar

Para raiar um novo dia me lembrarei daquele domingo.
Eu corria vários quarteirões de São Paulo com uma bóia de natação à volta da cintura.
Corria muito depressa não porque podia me atrasar para um compromisso, e nem porque me perseguiam.
Eu corria muito feliz, muito alegre e cheia de vida. Eu corria porque era carnaval.
Eu corria porque ia fazer xixi no apartamento do meu irmão e precisava voltar depressa para o bloco.
Agora preciso correr. Preciso voltar depressa para a vida.
que a tristeza é uma forma de egoísmo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

linha

A não-linearidade das relações me intriga!
Quem conta seus amores tende a resumir.
Mas a vida não tem resumo.
A vida demora.
E eu espero.

(porque não tenho escolha)

domingo, 5 de junho de 2011

aprendendo a viver.

é isso que dá entrar num turbilhão sem perceber.
é isso que dá entrar no automático.
é isso que dá não seguir os instintos.
agora respira. aceita. e ultrapassa essa linha.
ela é tênue. e tudo passa. e você sabe disso.

sábado, 14 de maio de 2011

hoje, muito.

Em um só dia, muitas noites.
Em uma manhã, um mês inteiro.
Lá dentro, bem dentro.
Num dia só, só hoje.
Muitos afetos.
O sentido de afeto: afetar.
Questão de olhar com mais calma pra entender.
Calma.
Muita calma, mulher.

domingo, 8 de maio de 2011

Podia, talvez.

Eu podia falar mais devagar.
Eu podia prever o que vai acontecer obviamente daqui há dois segundos pra poder respirar antes.
Eu podia respirar.
Eu podia ser mais realista.
Eu podia me deixar abraçar por mais tempo.
Eu podia falar a verdade pra você.
Eu podia me deixar encantar sem culpa.
Eu podia não sentir culpa.
Eu podia me permitir dizer o que eu penso sobre as noites.

Eu podia.

Mas agora já passou.

quinta-feira, 24 de março de 2011

assim sendo,

eu acho mesmo muito engraçado meu jeito de funcionar.
de querer muito e com força
e depois de correspondida, querer mais não.
de imaginar muito o depois e não conseguir ter o agora.
engraçado mesmo é que já me sei assim. e enquanto isso...

sexta-feira, 4 de março de 2011

caminho ao carnaval

Vinha ele andando na garoa, cara de corajoso, mochila nas costas, travesseiro na mão.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Eu poderia escrever sobre muitas coisas, como por exemplo o calor grudento e infernal que invadiu minha cidade.
Sobre a correria do dia-a-dia e as caras de cansaço das pessoas (quenuncamudamnãomudamnunca), sobre mosquitos, sobre as músicas novas que baixei e me viciei, sobre não ter feito desenhos nas últimas semanas. Sobre estar prestes à morar sozinha, sobre as novas possibilidades de penteados para cabelos curtos.
Poderia escrever muitas coisas, inclusive nos meus caderninhos. Poderia escrever muitas coisas sobre mim. Sobre tudo que eu passo o tempo todo pensando. Sobre meus planos.
Mas preferi escrever pra você.
beijos.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

vasto

acabam-se as férias formais e começam as férias afetivas. que venha. a cabeça à mil, o coração vazio. pra reciclar essa energia forte que não encontra vasão. pra lembrar que a gente nasce só e que só também é bom. e que é assim mesmo: querer pouco não significa contentar-se com menos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

dedicado à ninguém

.por isso pensei que seria fácil. Porque tudo começou muito bem. Virou ainda meio confuso, mas logo se resolveu. E isso me encheu de esperanças. Saber que as coisas estão fluindo sem muito sofrer. Mas nada disso dura muito e já me vejo assim. a querer alguma coisa que nem eu sei o que é. Que não sei o que quero. Que estou sem escolha, que estou com um vazio de uma coisa que nunca foi ocupada. esse sentimento é dedicado à ninguém. à mim e ao meu vazio. minha ilha interior, pra onde me afasto, me afasto e me afasto mas sempre volto.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

.\(´)/.

Até cachorro tem paz na madrugada.
Fruta caindo do pé,
passarinho dando assoviada.
Galo até cocorocou.
Olinda já está acordada.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Então, eu.


Gosto do jeito que as idéias (sim, com acento para mim) surgem na minha cabeça. Elas vêm facinhas, maneirinhas, escorregam para fora de mim, assim.
Gosto do jeito como funciono: semana sim, semana não. A contrapor dias silenciosos e angustiantes por dias musicais produtivos. Os dias em que não me alimento de comida e só escuto, leio e produzo. E os dias que com meu paladar voraz fico só consumindo coisas que não se revelam em produções. E tem o jeito como fico toda mandando o foda-se e o jeito como fico gentil com as pessoas. E os dias em que recebo elogios do além e os dias que não mereço nem oi. E essa atmosfera completamente contraditória de mim silenciosa e verborrágica e tudo isso que sai assim de mim em um minuto. UM.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Então a gente começa a ler Clarice esperando se emocionar e vê que não entende metade do que está escrito. Mas uma coisa estranha ocorre à todas as pessoas: param de ler e escrevem coisas.
Lá vai.

São Paulo, 6 de Setembro de 2010

Se já tiver passado da meia noite já será então 7 de setembro. Mas eu não sei. Não sei que horas são e nem há quantas horas tenho me sentido sozinha sem gostar.
Há dias em que se sentir sozinha é delicioso. Mas hoje não. Hoje não é um estar sozinha comum.É um estar sozinha em São Paulo. Num frio chato que veio quebrando aquele calor que eu tava gostando tanto. Num dia em que todas as respostas dadas à mim foram negativas. (...) Não sei viver isolada desse sentimento de pertencimento. Gosto de estar no olho do furacão, de estar conectada à tudo. De não perder o fio da meada é o que gosto. Ultimamente aliás tenho achado que estou muito fragmentária. Não sou capaz de manter o fio da meada dos meus desejos e fico toda incomodada já no momento em que as coisas estão acontecendo.
(...)
Mas veio de repente uma sensação boa em meio à solidão: Talvez eu me baste as vezes. Talvez consiga sim ficar só.
E isso pode significar que o momento de ir pra longe esteja chegando. Já posso dar conta desse desligamento?
A gente é só.
e preciso viajar.

(livre inspiração: uma aprendizagem ou o livro dos prazeres- clarice - aquela que tem flor -de-lis no peito)

terça-feira, 13 de julho de 2010

andando

{andando contra o vento

minha rua é só minha

minha casa chega antes

que a chuva da esquina.}

sexta-feira, 9 de julho de 2010

tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento.


(e enquanto isso as palavras me fogem. correm todas bem rapidinho dando risada de mim.)

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

luto


Este humilde blog está de luto porque o moço do Ghost nos deixou. Eu choro toda vez que vejo Ghost. Aliás, depois de Meu Primeiro Amor (também homenageado na imagem) Ghost é o filme mais visto por mulheres de tpm no mundo. É chorar e comer chocolate na certa. (para momentos de descontração, Um tira no jardim da infancia é o mais indicado).

domingo, 13 de setembro de 2009

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Pé de vento

Pé de vento,
Pé de vento
Pede vento,
Pede vento
Tempestade.
Pede ao vento,
Pede ao vento
Que o tempo voa.
Vai bem leve!
pelo vento
que ressoa,
como ressoa...
voe leve,
voe pessoa.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

insônia

tive insônia a noite inteira
sonhando com um poema
ele era de cor cinza
e perseguia uma palavra
em forma de espiral

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

BEM


meu bem estar.

está junto e bem.

está meu e junto

junto do meu bem,

estou bem.

estou bem junto.

meu bem,

bem meu...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

trilha

não que andasse distraída, mas de uns tempos pra cá, focava sua atenção apenas no pio dos passarinhos e a casa atravessar de rua, tanto fazia ter ou não um perigo constante. as buzinas cantavam, as pessoas cantavam, os martelos cantavam, o café fervendo no bule cantava também...
o mundo tinha agora uma eterna trilha sonora.

terça-feira, 28 de julho de 2009

a menina do jardim da menina do jardim da menina


tinha uma menina lá dentro das folhas. ela era bem pequena, mas tinha um jeito valente. viu que o jardim precisava de cuidados, então resolveu adotá-lo. todos os dias e manhã conversava com as mudinhas, fazia carinho nas plantas e adubava o solo. disseram a ela que cantar fazia planta crescer, e então cantava todo seu repertório!

um dia o jardim já com as flores crescidas, fortes e coloridas, abraçou a menina pequena e começou a cantar pra ela.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

conversando com Teresa

Fez cara de séria e perguntou:
-Vucê tá tisti, Cacá?

Comecei a desenhar e toda curiosa me vem:
-Tá Diziando papel, tá?

É exigente...
-Zezenha um au-au?

E crítica!
-O au-au é gôdu, é?

Deu a volta na casa e disse:
-Cacá, eu vultô!

E trouxe algo na mão:
-Uma panta mequeca pá vucê!

colagem


Fiz minha casa no teu cangote
Não há neste mundo quem me bote
Pra sair daqui

Te pego sorrindo num pensamento
Faz graça de onde fiz meu aconchego, meu alento
E nem ligo
Como pode, no silêncio, tudo se explicar?
Vagarosa, me espreguiço
E o que sinto, feito bocejo, vai pegar

Fiz minha casa no teu cangote
Não há nesse mundo quem me bote
Pra sair daqui


Céu- Cangote

(O CD novo dela tá uma delícia...)

domingo, 19 de julho de 2009

sem fim

tanta felicidade, parece que vai transbordar.
não transborda: nos faz cúmplices.
tanto bem-querer parece não ter fim...
(e não tem mesmo.)
tanta manhã-amada, uma longa estrada
que vai desaguar no nosso "pra sempre".enfim?
sem fim!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

terça-feira, 7 de julho de 2009

lixo inglês

o absurdo dos absurdos aconteceu. não bastassem todos os problemas ambientais que temos, agora estamos recebendo o lixo dos ingleses! não é chic minha gente?! 16 containers com o lixinho deles!
senhornosdêpaciência...
http://www.oeco.com.br/curtas/38-curtas/22035-inglaterra-manda-lixo-para-o-brasil

sexta-feira, 3 de julho de 2009

nosso

uma palavra sua, abre uma janela em mim
um sorriso seu, abre um dia de sol na janela de mim
um carinho seu, faz quente o dia que se abriu na janela nossa
uma saudade de você me deixa sem janela
sem sol
sem mim em você
sem você
de mim
qual a vantagem de estar de férias, quando todos, TODOS a sua volta não estão?
de que adianta estar de férias, se seu despertador biológico lhe desperta todos, TODOS os dias as 11:30, e-xa-ta-men-te?
e todos, TODOS os dias há um homem pendurado em sua janela, te espiando acordar descabelada e todos, TODOS os dias há uma britadeira na construção em frente?
de que adianta estar de férias se todos, TODOS os seus planos de viagem voaram janela afora? e todas, TODAS as suas esperanças de sol nublaram?

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Drummond, venha nos salvar!

"...Mundo mundo vasto mundo
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo."

estar de

Se me pedissem para dizer uma palavra que resumisse os últimos dias, eu diria: pé gelado.
Sim, meus pés e também minhas mãos, vivem uma fase muito difícil, sofrem do mal "estremidades frias". Esses membros frios tentam a todo custo sentir-se de férias. Estão muito divididos entre assistir T.V Pirata ou Almodóvar e no entanto nada decidem pois agora estão dormentes, longe de conseguir emitir oipiniões pessoais.

terça-feira, 30 de junho de 2009

COM


E a pergunta vinha:


Á!

Sentimento: Conjunto de emoções.
Silêncio: Descanso; estado calmo; estado de paz, de inação.
Carinho: Afago, carícia. Meiguice. Cuidado.
Toque:Ato ou efeito de tocar; contato, impulso leve.

mas se definir perde a beleza...

Saudade:saudade sau.da.desf (lat solitate) 1 Recordação nostálgica e suave de pessoas ou coisas distantes, ou de coisas passadas. 2 Nostalgia. 3 Ornit Pássaro muito atraente da família dos Cotingídeos (Tijuca atra); assobiador. 4 Bot Nome com que se designam várias plantas dipsacáceas e suas flores; escabiosa. 5 Bot Planta asclepiadácea (Asclepias umbellata). sf pl Lembranças, recomendações, cumprimentos. S.-da-campina: o mesmo que cega-olho, acepção 1. Saudades-de-pernambuco: o mesmo que jitirana-de-leite. Saudades-perpétuas, Bot: planta da família das Compostas (Xeranthemum annuum).

Não se assemelha a nada disso... é tudo isso junto e longe. e só...

segunda-feira, 29 de junho de 2009

sonhado não é roubado!

De ontem pra hoje, salvei a vida de Zé Celso.
Nossa turma estava reunida na praia, a areia começou a desmoronar. quando reparamos, havia se formado uma prateleira de areia e presa a uma corda, conduzi Zé-apavoradíssimo- até o chão.
antes de saltar também, dei uma voada e acabei me estatelando na areia. não doeu, só palpitou um pouco o coração.

domingo, 28 de junho de 2009

permanecerei

dentro desse abraço
dentro desse tempo bom
nessa alegria de bem-viver
nesse olho-no-olho
nessa companhia do bem
nesse caminho companheiro
querendo amar todo instante
agradecendo todo o bem ofertado
colhendo flores do nosso bem-amado


(todotempotodo)

domingo, 21 de junho de 2009

ah...existir!

entre um papo e outro a gente vê que ainda tem muita coisa pra ser feita, não é? agora mesmo conversávamos sobre isso. querer saber o que a gente é no meio disso tudo é bem difícil. mas esperar pra saber tem sido mais difícil ainda.
é melhor dar um tempo na dúvida e só existir. e existir inclui concretizar coisas.
acordar todos os dias as 5:30 da manhã, cumprir os prazos e depois reclamar porque acordou as 5:30 da manhã e teve de cumprir prazos- é existir, mas é um existir muito ralo, muito pouco.
há que exisitir bem, existir todo, existir gozando essa existência que pode não ser fantástica pra quem existe, mas que é insipiração sempre. ser, inspiração as 5:30 da manhã, ou no fim da tarde. ser inspiração no ponto do ônibus, ser inspiração no cisco do chão, no roubo, na multidão, na dança, na loucura, no pão, na cor.
ser.
insipiração e
existir
feliz.

amoramoramor

Por que a gente se convencionou a achar que o amor- na amplitude toda dele- é lugar-comum? por que? por que é que a gente acha que falar de amor é chover no molhado?
cada amor sentido por cada pessoa é único. cada amor é novo. o amor é bom. o amor salvou Arnaldo, salvou você, me salvou.
sair do cinema pensando no amor, falar de amor com o amigo-amado. querer amor, respirar amor, tudo amor- é bom, é novo, é amor!



(assistam Lóki- Arnaldo Baptista e amem.)

terça-feira, 16 de junho de 2009

saudadedacasinha

dentro das pupilas-girassol construí uma casinha cheirando a vapor de erva-cidreira.
nela permaneci protegida, aquecida e feliz por um tempo que não se pode calcular.
um tempo outro, que veio de longe trazendo alegria e calma.






(respiro compartilhado, querer-bem guardado no peito)

transcrição do coração: poema ao ar livre

"minina:-como que era? borboleta branca...
minino:-borboleta branca voando bastante...
minina:- em cima...
minino:-em cima da árvore seca.
minina:-e a continuação?
minino:-a continuação é o vôo, a beleza do vôo, o silêncio. o silêncio é a continuação...
minina:-o silencio."

terça-feira, 9 de junho de 2009

saudade da casinha

saudade do cheirinho de guardado dos quartos, da clarabóia que faz um caminho de poeira luminosa na sala. saudade do tapetão, saudade da lareira, saudade de desenhar a mesma varanda toda vez. saudade da rede rosa, saudade da árvore torta que era meu foguete, meu navio, minha casinha. saudade de não pentear o cabelo, de ser bicho do mato, arisca, quietinha brincando sozinha. saudade de cozinhar cantando na cozinha grande, saudade do pupo, da piscina de maria-sem-vergonha. saudade de olhar o ponto fixo, de fazer festa do pijama, do balanço, de ver a lua cheia com a mamãe. saudade do milho na brasa, das fogueiras de todo junho. saudade da bicicleta sem rodinhas, das longas competições comigo mesma, das raízes-obstáculo perto da porteira. saudade de rastelar as pinhas e beber a espuma da cerveja do papai. saudade dos meninos do vizinho, do crochê, das fotos mofadas, dos brinquedos quebrados. saudade de ser pequena no jeito de não ser quase ninguém. saudade da lonjura, do mistério, do vento verde, das moedas de ouro, dos brigadeiros de barro, dos banhos de mangueira. saudade do que não foi, vontade do que ainda vai ser. saudade do meu sítio.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Não sei se é impressão minha, se é fruto do atual estado sensível em que me encontro, mas percebo que o tempo está correndo muito. Ontem mesmo era o fim do ano passado, eu chegava em casa cansada depois de um dia inteiro de trabalho e tava quente como nunca. Desde 1995 passo todo santo dia em frente a banca da Beth, olho pra ela e digo "Oi Beth". Ela sempre me respondeu "Oi menina". E assim éramos cúmplices da nossa esquina.
Ela já sabia que minha resvita preferida era Tpm, sabia que eu gostava de Trident verde e sabia que eu podia pagar outro dia.
Tem que um dia, há pouco mais que duas semanas, não encontro a Beth dentro da banca, e sim, uma morena, de cabelão limpando tudo com um paninho. Será que a Beth contratou uma faxineira?
Não. A Beth nunca chamaria ninguém pra limpar sua banca. Ela sem dó nem piedade de mim- pessoa apegadíssima- vendeu a banca com tudo dentro: meu cigarro, minha Tpm, meu chiclete, meu Oi, tudo.
A nova dona olhou pra mim outro dia e disse "eu ainda vou te conquistar como cliente". Dei uma desculpa esfarrapada e saí correndo dali. Não minha querida, você não vai me conquistar. Você não é carequinha como a Beth, você não sabe que cigarro eu fumo, que chiclete eu compro, que revista eu leio... e quer saber do que mais? Ah... Não gosto de mudanças assim. E se daqui a pouco o cheiro do jardim do vizinho mudar, pode ter certeza que eu me mudo dessa casa, dessa rua, dessa cidade. É emoção demais pra mim, á beira de uma tpm louca. louca total e completamente louca.
Por sorte, Beth ainda é minha vizinha, e ao saber pela minha mãe o quão triste eu fiquei com sua partida, me comprimenta toda feliz, e até ganho um beijinho e um " Oi linda!".
É... talvez eu fique contente com isso, mas... QUERO MINHA BETH DE VOLTA!!!

sábado, 6 de junho de 2009

boas vindas


a casa aberta, o coração aberto, o quarto aberto, a cozinha aberta, os braços abertos, a vida aberta, a felicidade desperta, as histórias contadas, o sorriso liberto, o olhar bem vindo, a vida vindo, sorrindo, cantando, a familia compartilhada, a música escutada, o vinho derramado, todo o bom que estava guardado...quesejabemvindosempre...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

todo pássaro,todo passarinho, tudo que voa. as partículas de poeira, as cinzas e as fumaças. tudo que voa. tudo que voa. tudo que me lembra, tudo que sobe, tudo para o alto, acima, adiante, pra lá, pro ar, pro céu. o céu, olhar o céu. o vento sempre, as nuvens, o ar, aquele ar, aquele sopro, tudo que eleva, tudo que me eleva, tudo que aponta pra longe, lá de longe, onde toda beleza do mundo se esconde.
todas as borboletas que estão morando na minha barriga, que querem sair pela boca, numa boa e voar tranquilas pelo ar de são paulo, nesse frio doido todo.
tudo que não sai do meu pensamento um minuto. tudo que está aqui, mesmo não estando.

tudo me encantando.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

tempo bom de fechar os olhos

eu queria fatiar o tempo em lentos espaços onde eu pudesse passar eternidades jogada ao teu corpo, no calor das mãos sempre quentes, assistindo do melhor ângulo seus olhos como duas luas crescentes, protegidas por leques desses sílios tão bonitos teus.





(e como eu quero.)

terça-feira, 2 de junho de 2009

pássaro proibido

Solto está o pássaro proibido
Perigo, cuidado, sinal nas ruas
Plumagem clara, brilhante
Ao sol e à lua transparente
Ao corisco e à maré
Ao corisco e à maré

Eu canto o sonho na cama
Do jeito doce e moreno
Eu canto pássaro proibido de sonhar
O canto macio, olhos molhados
Sem medo do erro maldito
De ser um pássaro proibido
Mas com o poder de voar

Voar até a mais alta árvore
Sem medo, tranqüilo, iluminado
Cantando o que quer dizer
Perguntando o que quer dizer
Que quer dizer meu cantar
Que quer dizer meu cantar

domingo, 31 de maio de 2009

"a poesia desmorona por dentro"

eu preciso fazer as pazes com o domingo.

F-E-L-I-C-I-D-A-D-E

socorro! minhas palavras ficaram presas dentro do meu peito. acho que ví algumas tentando se libertar de dentro do teclado. estão coçando a ponta dos meus dedos. roubaram meu sono, puxaram a ponta do meu lábio que sorri à toa.
elas estão empurrando minha guela, enchendo meu pulmão de muito ar, me fazendo ficar na ponta do pé para quase saltar pra frente, adiante e em seguida gritar todas elas pela janela num estado de plenitude to-tal
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

quarta-feira, 13 de maio de 2009

pronde?

daí é assim, né?
tamo aí, na vidinha e a vidinha é assim, meio.
então tem vez que a gente decide rumar pruma coisa doida-incrível.
e tem vez também que a gente fica na vidinha. que é ruim, mas que é aquilo...
e tem vez que a gente tá no meio da vidinha, assim. e daí acontece coisa doida-incrível. e passa.
e daí retoma vidinha.
e faz plano de nova coisa doida-incrível. que acontece! mas que passa...
pronde a gente tava indo mesmo?





(me perdi.)

domingo, 3 de maio de 2009

à vocês que já experimentaram força de vontade, faço algumas perguntas:
-dá barato?
-onde compra?
-quem tem o canal?



(to precisando da boa, na veia, uma dose cavalar.)

terça-feira, 28 de abril de 2009

um, dois e três. (quatro?)

-o que você foi quando era criança?
-você tem alergias?
-você tem medo de que?
-quando você acorda tem mal humor ou só da risada?
não sei entender sinal de fumaça, mas de fumaça nós entendemos o suficente pra saber que um encontro querido, é sempre um encontro bom.

(memória de elefante)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

choveu. e aí andando pela avenida paulista constatei que o piso liso e cinza-chumbo é muito bonito, mas nada útil quando o chão fica molhado. as poças parecem piscininhas planas e permitem que a água entre pelos furos do meu tênis listrado surrad0 preferido.


quinta-feira, 23 de abril de 2009

alguém

Alguém.
Alguém para que...
Alguém para quê?
Alguém que pára.
Alguém pára.
Para alguém que...
Para que alguém...
Que pára alguém.
Que alguém pára.
Que alguém?
Para que?
Alguém.
Que?
Pára.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

meu irmão,

vamos rir.
vamos rir muito.
vamos gargalhar?
vamos rir antes,
vamos rir depois,
vamos rir durante?
vamos rir no final.
vamos rir juntos!
vamos rir de tudo?
vamos dar risada...
vamos ver irene, teresa, julieta e muitas meninas darem suas risadas.
muitas risadas uníssonas!
ah... mas vamos.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Amizade erótica

Há alguns dias me referi às mulheres contemporâneas e seu comportamento. Pelo visto os "meninos" também têm sofrido. Sim porque como dizia Vinicius: "medo de amar não faz ninguém feliz"... E olha que esse livro não foi escrito ontem...
'... Só lhe restava de herança o medo das mulheres. Ele as desejava, mas tinha medo delas. Entre o medo e o desejo, era preciso encontrar um acordo; era o que ele chamava de "amizade erótica". Afirmava a suas amantes: só uma relação isenta de sentimentalismo, em que nenhum dos parceiros se arrogue direitos sobre a vida e a liberdade do outro, pode trazer felicidade para ambos.
Para ter certeza de que a amizade erótica jamais cede à agressividade do amor, só se encontra com as amantes permanentes após longos intervalos. Achava esse método perfeito e o elogiava aos amigos: "É preciso observar a regra de três. Pode-se ver a mesma mulher em a intervalos bem próximos, mas nunca mais de três vezes. Ou então pode-se vê-la durante longos anos, mas com a condição de deixar passar pelo menos três semanas entre cada encontro".'
"A Insustentável leveza do ser"- Milan Kundera

quinta-feira, 9 de abril de 2009


para o bem

Por que será que sempre caminho em direção ao que dói? Será porque meu sangue é B positivo? Porque sou ariana? Porque meu ascendente é leão? Porque nasci na década perdida? Porque meus antepassados são uma mistura de africano, português, polonês, argentino e moldavense?
ascoisasvãotomandoformasaospoucosaindabemaindaemtempoparaobem.
fui ao cinema ontem e não podia deixar de dar essa dica aos meus parcos queridos leitores: assistam o documentário "Palavra Encantada". Não sei porque ele está sedo tão mal divulgado porque só tem gente incrível: Chico buarque, Luis Tatit, Adriana Calcanhoto, Tom Zé, Black Alien, Ferrèz, BNegão, Zé Miguel Wiznik, entre outros! É de sair querendo comer palavra,espirrar palavra, beijar palavra, respirar palavra... enfim!

domingo, 5 de abril de 2009

ãos

andar
dar vazão
em vão
andar
buscar razão
com as mãos
andar
uma ilusão
parar
não

sábado, 4 de abril de 2009

gentileza


costumo ser muito gentil. digo palavras bonitas para quem gosto. faço compania nos passeios mais improváveis. ofereço colo, escuto e choro. levo nas costas se for preciso. não deixo ninguém na mão. procuro coisas perdidas, ofereço musicas bonitas. finjo ter muita paciência, me esforço pra não explodir meu signo por aí. só não sou gentil comigo mesma. devo sofrer do mal da mulher contemporânea. tentamos não ser maternais, nos esforçamos para sermos independentes, soltas, modernas, bebemos cachaça, fumamos que nem macho, mas no fim das contas, todos a nossa volta recebem todo o cuidado que negamos a nós mesmas: a gentileza.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

vontade

vontade dá e passa. mas todas as outras coisas dão e ficam. e aí, se a sua vontade de estar nessas coisas é assim, de lua, como fica? você vai começar bordando uma flor e amanhã se te der vontade de bordar um guardachuva, fica assim, florchuva-guardaflor? onde foi que ensinaram que as coisas têm que ter começo, meio e fim? posso começar me arrependendo e depois me encantando e terminar apaixonada? força de vontade fica em qual gôndola do supermercado? que vontade forte bate em você? dói muito? ou dá e passa? ou passa e não dá tempo de pegar? já tive vontade de chorar, mas não consegui. vontade não bastou. vontade não faz muito sentido. vontade por si só já é algo que me dá vontade de entender. e passa.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

paciência encardida

estava andando numa rua. ela tinha um chão preto. era preta, muito preta aquela rua. aí apareceu um fio de barbante vermelho. muito vermelho, era um vermelho encarnado. segui este fio. este fio foi dar num emaranhado muito complexo.vermelho.
comecei a desfazer os nós. tudo que era preto ficou branco. bem branco. o vermelho continunou sendo vermelho-cheio dos nós e eu: de saco cheio.

domingo, 29 de março de 2009

está escrito nas ruas

o amor é importante.porra.

sábado, 28 de março de 2009

que palavra rima com escuridão?

hai-kai

tarde de vento
as árvores querem vir para dentro



(Clarice -1994)
quero só cantar.
quero cantar,só.
quero cantar só.
só quero cantar.
só cantar quero.
quero cantar e só.

sexta-feira, 27 de março de 2009

achArte

tem chá mate
tem chá de erva cidreira
tem chá de cadeira
tem chá de camomila (necessário!)
e tem também o chá de sumisso.- esse é amargo que é danado...té dói!

hoje ouvi que




o sentido é o que a gente sente, e não o que é.

quinta-feira, 26 de março de 2009

enquanto

Enquanto esperava um ônibus na Teodoro, fumava um cigarro e reparava nos pés que passavam. Estava sentada no meio fio e dali, cabisbaixa, eu ficava no nível dos pés alheios. De gente moderna, de gente pobre, de gente esnobe, se esquivando de mim, se esquivando do cigarro, se esquivando das outras gentes com pés diferentes que passavam pelo mesmo chão.
Bem dizia minha tia: "a gente é só"...

e sou.

quarta-feira, 25 de março de 2009

vuô...

Um sopro muito forte e, fuuuuuuuuuuuuuuuuuu
todos os grãozinhos de areia que colecionei pacientemente ao longo dos tempos
voaram...

terça-feira, 24 de março de 2009

Sinto voltar a citar o inferno astral... mas como não notar que ele é o culpado por essa tpm infindável? Hoje meus alunos não puderam brincar com nosso porquinho da indía porque simplesmente não tive coragem de tirá-lo da sua aparente vida pacífica... tenho pena dele que quase choro. Fora as laricas mirabolantes de comer coisas com catchup... ficar ouvindo melancólica o cd do mombojó que nem quando eu tinha meus insuportáveis 16 anos...
só falta agora eu me trancar no quarto pra chorar e fumar escondido...

domingo, 22 de março de 2009

ressaca selvagem!

ontem alguém estava dizendo que Gin: não!
hoje aumento a listinha e digo- Catuaba: não!

sugestão

se é que me permitem, sugiro que não deixem de assistir "entre os muros da escola".
foda.

quem sabe mombojó consiga...

Cada passo falso que eu disfarço e não posso mais sofrer
Eu não consigo mais viver sem ter, poder retalhar não sei
Eu te levo e trago e não passo e está tudo bem, tá tudo bem
Se eu desmonto e disfarço é porque você não vem, você não vem
Mas se eu peço e renovo é porque eu te quero bem, te quero bem

o outono traz um tempo seco

ando pelas ruas de noite a
espera desse encontro acontecer.
sem a chuva, como vou suportar esperar por você?
o abraço que ensaiei muitas vezes, já sei de cór.

sei
de
coração.

sábado, 21 de março de 2009

follow up

estávamos lá, atrasados como sempre... sentados em roda, fizemos confissões sobre como andam as coisas da vida. Teve quem se drogou, teve quem casou, teve quem gerou um filho, teve quem viajou, se perdeu, se encontrou. Teve gente que deu de cara com a realidade, teve quem aparentemente não se afetou. Teve gente que dançou. Teve gente que cantou, serviu mesas, ilustrou. Alguns choraram, alguns ficaram indiferentes. Teve gente que não foi. Teve gente que engordou, teve gente que emagreceu, enloireceu, desapareceu. Teve gente que se entregou mas não aguentou e saiu à francesa. Bebemos juntos, com saudosismo, mas sem muita entrega. Só de olhar a configuração das mesas dava pra ver que tudo ainda está muito parecido... Foi bom, mas foi tão diluído, doído, engraçado... ("ai, que viva a liberdade dentro da saudade")
Já passou. Em cinco anos nos encontraremos mais uma vez.
"Agora é sobrar noutro canto".

sexta-feira, 20 de março de 2009

lista de precisões

calma
sorte
calma
paz
luz
calma
serenidade
desapego
calma
calma
calma

quinta-feira, 19 de março de 2009

acabei de escrever uma historinha e deletei!
fiz igual as crianças quando constróem um castelinho bem alto e depois destróem e dão risada...



(construir castelinhos coloridos, para depois desconstruir: é isso que tem me feito,ser)

Tudo nosso

De ontem pra hoje sonhei que tudo dava certo, que nenhuma dedicação tinha sido em vão. Parecia uma delícia, um filme, mas com um tom mais real. Tinha vento, luz de fim de tarde, abraço forte, trilha sonora, olhares libertos, sopros e tranquilidade. Era tudo muito. Era tudo muito bom. Bom,bom.

quarta-feira, 18 de março de 2009

no peito das desafinadas também bate um coração...

que chova!


acho que a chuva ajuda a gente a se ver

Não se perca de mim
Não se esqueça de mim
Não desapareça
A chuva tá caindo
E quando a chuva começa
Eu acabo de perder a cabeça...

segunda-feira, 16 de março de 2009

beijo bom

tire seu amor aí da sua cabeça. coloque no coração, onde deve permanecer até que chegue a hora de divulgá-lo. Então, leve-o até a sua boca que o espalhará em versos à quem interessar possa. se esse amor for recíproco, deixe que ele entre pelos ouvidos, chegue à cabeça e encontre novamente o coração. (para levá-lo à boca num beijo bom)

elevar-se

tudo que se eleva vai ficando rarefeito...as folhas das árvores e também meu amor por você. não digo com isso que nada deva se elevar. mas sou do do mundo e meu corpo me traduz melhor que céu...

.

aquela que não quer mais ser turista no coração alheio, olhou pro céu e não encontrou lua nenhuma.
parece que a lua também não nasce para todos.

heim?

como pode um sorriso sair de um canto e se teletransportar pra outro?
como faz pra um canto de boca ser feliz noutro canto?
quando é que um sorriso de canto de boca se espreguiçará tranquilo ocupando a boca toda e toda a vizinhança?

sábado, 14 de março de 2009

Ela

pega um lápis e decide desenhar.
traça algumas idéias fracas.
se revolta e cauca o lápis no papel.
insiste nas linhazinhas. que mania.
faz cinco anos que age assim:
vai ao banheiro, arrepia o cabelo e passa um batom vermelho.
dizem que é desorientada, a coitada.
anda na rua pulando as divisões da calçada.
gosta de rosnar pros passantes.
eles dão risada. com sorte não voltarão a encontrar aquela maluca na rua.
morre de dor de cabeça aos domingos.
aliás, por ela os domingos deveriam ser extintos.
ninguém é obrigado a sentir angústia.
as vezes ela se joga na sala e fica se esfregando no chão.
gosta do cheiro do taco de madeira velho.
fica debruçada olhando as ranhuras dos tacos.
imagina ser gigante temida pelas formigas e seres miúdos.
o mundo se resume em olhar pro céu e olhar pro chão.
quando acorda em dias de céu, mal consegue conversar.
fica olhando para cima, infiltrando os olhos no ponto mais longínquo que consegue.
vem treinando isso ha muito tempo.
em dias de chão, torna-se uma figura verborrágica.
se encontra um ouvinte, bom.
caso contrário não se importa em falar com seus sapatos.
ontem me disseram que ela está com mania de assoviar.
tem desmaiado bastante por excesso de assovio.
quando perguntam porque ela não pára, responde:
- Gosto de assoviar, assoviar, assoviar até me sentir sem chão, sem céu, até minha vista empretecer. sinto tudo formigar e caio no chão até o cheiro do taco me acordar.

sexta-feira, 13 de março de 2009

"nossa! é maior que a cama de mamãe..."

(disse minha mãe quando viu o mar pela primeira vez)

a tal música delícia do cd demo misterioso

Ai, hoje a gente vai dormir
Sem ter hora pra acordar
Puxa logo esse edredon
Vem comigo se enroscar
Eu prefiro não sair
E curtir teu aconchego

Ai, faz um cafuné em mim
Me cutuca se eu roncar
Que eu vou me esfregando em ti
Até você cochilar
Esse frio não é ruim
Faço assim a noite inteira
ai, ai, ai...

Ai, você não sai daqui
Ai, eu quero descançar
Ai, curtir minha solidão
Sem ninguém pra me amolar
Ai, você já pode ir
Tchau, fica com Deus, um beijo

Ai, eu não sei o que dá em mim
Não sei o que quero mais
Só me meto em confusão
Não sei como me livrar
Ai, não sei me decidir
Escolher o que desejo

www.geracaosp.com.br

quinta-feira, 12 de março de 2009

tá tudo solto na plataforma do ar...

enquanto isso, troco as armaduras que me foram impostas por sopros vindos de muito longe.
pode ser que sejam sopros imaginários, mas por favor, não me digam a verdade.
(quero viver de sopro.)

quarta-feira, 11 de março de 2009

canção de ninar

vamos dormir.
te pego no colo e balanço forte.
não te deixo frouxo, se não, não se sente acolhido- não dorme.
te mantenho num aperto confortável com o ouvido perto do coração.
entôo aquele canto rouco envolto pelos sons maternos.
balanço agora sem tanta força. estou também com sono e me rendo ao balanço que propus.


vou me ninando-ninando você.
(bênção)

matutando cá com meus botões, a beira do inferno astral...

cada vez que paro pra pegar aquela flor da rua.
cada vez que recebo uma música boa de presente.
cada vez que passo pelo jardim do vizinho.
cada vez que converso com alguém e aquela conversa faz to-tal sentido.
quando pego um ônibus e acompanho um papo entre um crente e um esquizofrênico- ambos gênios.
e quando eu volto absorta da paisagem.
e quando eu canto na rua.
e quando eu leio as palavras que você carinhosamente alinha dentro das tuas frases.
e quando eu conto a história da menina tão pequenininha, mas tão pequenininha...
quando recomendo Cortázar.
quando danço um ponto.
quando volto cansada do trabalho e suspiro alto sem perceber.
É quando me sinto viva. e então espero o inferno passar.

papo de vinho

quando a gente era pequeno, chamava a gente de "bucho de guaru".
quando queria mudar de assunto dizia:" suspende e manda um bauru!"
quando queria ir embora dizia: "pinote go bye!"
quando me levava pra tomar café na padaria ia fazendo a brincadeira do "enquanto seu lobo não vem..." (e colocava aquela flor branca no meu cabelo)
quando dá bronca, me chama de "Maria Clarice."
quando o papo é sério ele convoca um vinho. ai do filho que não souber reconhecer um vinho...


papai ontem me disse pra ficar tranquila.
(e era exatamente o que a Maria Clarice precisava ouvir.)

terça-feira, 10 de março de 2009

Do Vento

eu gosto do vento. do gosto do vento. do vento na minha boca. do vento na minha saia. do vento na minha cara. eu gosto do vento. e quando não tem vento, eu danço pra fazer o vento. e quando tem vento eu danço no vento. eu danço pra venerar o vento. eu gosto do gosto do vento. do meu cabelo no vento, que bate nas minhas ventas, arde. eu gosto de por a mão no vento. do vento forte fazendo passar o tempo. que quando eu sonho, eu vento.





Estação Clínicas-Sumaré. São Paulo. 9/3/9

sábado, 7 de março de 2009

é de você mesmo que eu to falando

peço que você digite num papel sulfite versos convincentes
peço que você grafitte poemas de amor em tinta fluorescente
peço que você delete tudo que doeu e te deixou doente
não sei que bicho isso vai dar mas peço: vamos lá meu bem, experimente
peço que me dê abrigo, corte meu cabelo na lua crescente
se você zangar comigo, vamos ao cinema aliviar a mente
peço que você aplique tudo em nós dois daqui pra frente
não sei que bicho isso vai dar mas peço: vamos lá meu bem, experimente
peço que evite olheiras, a vida é passageira amor, não esquente
vamos imprimir em negrito tudo de bonito que marcou a gente
peço que compense o atraso, se quiser me caso agora e para sempre
não sei que bicho isso vai dar mas peço: vamos lá meu bem, experimente
tudo que te peço, meço pra não cometer excesso
mas se ocorrer o inverso me desculpa se eu te peço


(música "pepel sulfite- j. silva)

sexta-feira, 6 de março de 2009

Nêgo,

já desabou água e foi pro nosso bem!

quarta-feira, 4 de março de 2009

Tenho agora a nítida impressão de ter perdido o fio da meada...
Da sua meada.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Carta

Querida pessoa,
Lhe escrevo pra falar de coisas bonitas que eu vi naquela noite.
De muita gente sozinha, vi muita gente em bando, rindo tanto...
Teve uma moça que puxou assunto. Teve outra que me ajudou.
Teve também a moça das rosas. Ah, como aquilo foi bonito...Ela era magrinha, magrinha... Sua roupa era atemporal e era "tão pequena no jeito de não ser quase ninguém", que me lembrou um passarinho miúdo. Estava no ponto de ônibus, sentada embrulhando rosas brancas e vermelhas com um papel celofane. Tirava os espinhos com afinco, e com a rosa na palma da mão, embrulhava com tanto cuidado, tanta delicadeza que parecia um ritual de ninar...
Encontrei naquela noite gente tão querida, com abraço tão gostoso de quase desmaiar. Gente querida de trocar declarações bonitas.
Foi naquela noite que eu percebi que...
Ah... me desculpa se eu não soube descrever tudo isso pra você. Nem imagem, nem palavra, nem som- nada alcança a sutileza de alguns encontros.
Um beijo, Clarice

janta que veio tão a calhar...

Eu quis te conhecer mas tenho que aceitarCaberá ao nosso amor o eterno ou o não dáPode ser cruel a eternidadeEu ando em frente por sentir vontadeEu quis te convencer mas chega de insistirCaberá ao nosso amor o que há de virPode ser a eternidade máCaminho em frente pra sentir saudadePaper clips and crayons in my bedEverybody thinks that i'm sadI'll take a ride in melodies and bees and birdsWill hear my wordsWill be both us and you and them togetherCause i can forget about myself, trying to be everybody elseI feel allright that we can go awayAnd please my dayI let you stay with me if you surrenderEu quis te conhecer mas tenho que aceitar(I can forget about myself trying to be everybody else)Caberá ao nosso amor o eterno ou o não dá(I feel all right that we can go away)Pode ser a eternidade má(And please my Day)Eu ando sempre pra sentir vontade.(I'll let you stay with me if you surrender)
-marcelo camelo-

(na falta de poder ouvir...)

domingo, 1 de março de 2009

as coisas tomando dimensões improvavéis

o corpo agoniado.
o olho enxarcado.
a falta do abraço.

meu íntimo escancarado
num domingo ensolarado

minhas palavras trêmulas
minha mão fria
meu corpo quente

a música que não tem me salvado
querendo o alívio
um sentido pra tudo isso
um lugar pra ir
e encontrar a minha calma.


("vem me buscar")

todos os meus poros vão dizer:

falei demais.me arrependi.tomei um banho.me perfumei.tentei de novo.saí de casa.peguei um ônibus. saltei na paulista.tirei dinheiro.comprei cigarro.comi uma quiche.tomei um mate.vi os cds.fui comprar caneta nova.perdi minha carteira!corri e achei.furei o sapato..comprei a caneta.procurei cortásar.não achei.comprei um all star pra calçar.fui ao cinema.chorei,chorei.saí e encontrei o resto do mundo.aquela gente minha.dancei minha alma.cheguei com "peço por favor, se alguém de longe me escutar, que venha aqui pra me buscar, me leve para passear no seu disco voador ou num enorme carrossel, atravessando para o azul do céu até pousar no meu quintal" na cabeça.que não sai do coração. que vem pra garganta e sai desatando os nós.
nós. assim.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

A Menina de rosa

eu estava sentada na beiradinha do banco.
dali podia ver um casal passando, dividindo uma pipoca.
também vi uma mulher com uma menina- a menina chamava a mamãe, mas a mamãe estava falando ao telefone, muito interessada na conversa.
Passou um amigo, acenou. Passou outro, veio dar oi, perguntou da vida...
Recebi um telefonema, acendi um cigarro, tirei uma foto, duas, três.
Vi um papel no chão: "existirmos, a que será que se destina?"
Olhei pro papel que não parava de me olhar. Me lembrei que preciso ler o conto do homem que vomita coelhinhos.
Aí falaram pra mim:
-Não se esqueça que você existe. É e vai continuar sendo de carne, osso e sentimento.
Verdade, pura.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

as folhas sabem procurar pelo sol e as raízes procurar, procurar...

estranho.
tenho saudade
do que nunca vivi
sentimento ímpar
uma mistura de graça com seriedade
uma inquietação que tem sido paciente
nunca soube esperar. como explicar isso?
linha tenue entre muita coisa e nada concreto
de concreto basta o vício dos prédios
não quero concreto.
quero nuvem, chuva, sol...
palavras doces tenho muitas
todas guardadas esperando as brechas de luz que você...
-amanhã eu continuo a contar essa história.
boa noite.

retalhos

não quero sugar todo o seu leite
nem quero você enfeite do meu ser
quero amor e quero amar
quero a vida aproveitar
e quero que você venha comigo
todo dia, todo dia
não se esqueça de mim
não se perca de mim, não desapareça
me deixe sim, mas só se for pra ir ali
e pra voltar
nem venha querendo você se espantar
não, não, não, não, não


se acaso anoitecer, do céu perder o azul
entre o mar e o entardecer...
eu vou ficar aqui
até acabar a festa.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"do mesmo jeito que Cê veio, Cê foi embora...

achei estranha sua partida, assim como estranhei o modo como chegou!

tudo bem: eu andava antes, ando agora. sorria antes, sorrio agora...

a diferença é que eu passeava por palavras minhas e suas que mesmo que de leve se costuraram de

alguma forma... e agora as palavras se apagaram. (sozinhas?)

eu andava antes, ando agora. sorria antes, sorrio agora... "

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

que bom que é quebrar os ciclos! que bom vomitar pelos lugares as coisas velhas engasgadas! êta vício! chega! tão ruim esse enjôo, o medo... mas que alívio ficar vazia de novo para se encher de coisas boas, de músicas, versos, cores e cheiros, pessoas queridas, paisagens, dança! letras que aos poucos estão conseguindo entrar pelas minhas fechaduras e sair pelos poros todos.
ufa... acho que vou lavar louça.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

com a alma enxarcada

esses dias antes de dormir fiz uma frase linda na minha cabeça... nunca vou lembrar dela tão linda e precisa que foi... vai ver não era pra ser minha e um dia alguém vai dizer ela pra mim. já estou com saudade da minha frase...

tenho me sentido que nem uma aquarela
há pouco eu estava tão forte, concentrada...
e agora me diluo cada vez mais
estou ficando em tom pastél
estou tão aguada que minha página vai se rasgar e molhar todas as minhas palavras.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

versando sobre coisas vagas ou quero te colecionar ou eu não quero isso, seja lá o que isso for.

essa chuva constante abre espaço para perceber uma porção de coisas que sem chuva a gente não percebe...
que bucólico.
ainda não chegou o carnaval, para muitos o ano só vai começar depois da quarta feira de cinzas... vamos juntar o que restou dos nossos panos coloridos e tentar fazer da vidinha uma coisa leve de se levar... ia ser tão bom levar uma vida leve, tão leve, mas tãããão leve de não conseguir pisar o pé todo no chão... de não precisar arrastar as coisas pelos concretos da cidade...
nunca entendi quem coleciona pessoas... é tão solitário... eu nunca quis colecionar ninguém. a cidade me puxou pra solidão e quando eu vi já estava colecionando 3. coleção começa pequena.
-vamos trocar pessoas?
-mas não tenho nenhuma repetida...
-vamos fazer assim: te dou três pessoas pra você guardar num potinho e você vem pra perto de mim.
-e o que a gente faz?
-a gente se coleciona...

sábado, 7 de fevereiro de 2009

minha burrice consiste em repetir o mesmo erro: de sempre, sempre te querer quando você não me quer. e basta me querer que não te quero mais de jeito nenhum, nem pintado, nem musicado, nem filmado. então, vamos combinar o seguinte: quando me quiser, pode me despedaçar,passe por mim e me ignore solenemente, se eu te der 'oi', pode me dizer que não me conhece, que nunca me viu e que devo estar me confundindo.
aliás, estou me confundindo. me confundindo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Se eu fosse a sua e não mais uma as quatro luas eu lhe daria
Pra me tornar sua maria uma canção eu cantaria
Minha resposta ao que eu ouvi a mais bela melodia
Foi roubar pra minha hitória sua poesia de outrora...



pois é...

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

erros confortáveis.

-menina, pare de dar voltas. não percebeu ainda que você chega no mesmo lugar de onde partiu? tolinha...
-pior é que eu percebi. percebi e não mudei. cheguei a tentar mas foi tão pouco...
-tão pouco que está aí, desse jeito. nem me atrevo a falar sobre o que você está fazendo consigo... tenho vergonha por você. disse que não me atrevia a falar, mas olha... vou te contar...
-eu sei. que merda. pior é que eu sei. será que não tem mais jeito? auto-destruição-viciante-falta-de-vontade-de-chegar-em-qualquer-lugar-que-não-seja-esse-erro-antigo-e-confortável.
-Chega dessa conversa, vai! não quero te ver pior, ou chorando...
-tolinha... taí: gostei.

sábado, 17 de janeiro de 2009

a gente tava andando pela cidade de madrugada. éramos 5 pessoas mais ou menos. fui andando um pouco mais atrás e pensei: "que bom poder caminhar!". cada passo que eu dava nos paralelepípedos fazia eu me sentir única. estranho, mas caminhar é uma coisa que só você pode fazer por você mesmo. e toda forma de pisar e sentir o chão, cada passo mais largo, ou mais curto. cada pausa é única. já dei muitos passos, mas precisei dessa situação exata, na cidade alta de Olinda, no calor de janeiro com aquelas pessoas para me dar conta de que cada passo que dei e que vou dar é a coisa mais íntima, pessoal e intransferível que tenho. nunca ninguém vai poder fazer isso por mim. quando me dei conta já estava eu, como numa oração, agradecendo por ser a Clarice, por estar andando na cidade alta as 3 da madrugada, por poder dar os passos naquela direção e dar onde dei: rua da Bica dos quatro cantos.
é janeiro do ano de 2009 e tudo permanece uma incógnita. que bom ter pelo menos a certeza de que vou caminhar por onde eu quiser.

sábado, 27 de dezembro de 2008

se a "função" da religião é re-ligar, vou pra bahia, porque minha fé vai dar no mar.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

hoje passando pelo jardim do vizinho, senti cheiro de 1995.

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

pra onde essas palavras vão escorrer?

é sempre assim quando se quer dizer as coisas. aquela história de que quanto mais se tem a dizer, mais difícil é. e vai criando uma obviedade muito íntima que só você entende. os espaços vazios sempre invadidos pela música. no ônibus, no banho, cozinhando, beijando, dormindo. nada consegue escapar. fica tudo entalado em algum lugar entre peito e boca até que explode assim, desse jeito que não dá pé, não tem pé, nem cabeça,não tem ninguém que mereça, não tem coração que esqueça...

domingo, 23 de novembro de 2008

cinema é assim.

Funciona como uma dose de prazer: você assiste a um filme bom, com suas cores preferidas, com o beijo mais lindo e com a música mais devastadora. pronto. não precisa de mais nada, basta sair do escuro do cinema e andar pela avenida paulista com os pés flutuando: você está apaixonada pelo vento.

sábado, 4 de outubro de 2008

lembrete.

se um dia a gente perceber que tudo vai acabar, te encontro no coreto da praça da preguiça. não esquece.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

não faz mal

(as coisas quase nunca são sincronicas mesmo...)

Nada tem que dar certoNosso amor é bonitoSó não disse ao que veioAtrasado e aflitoE paramos no meioSem saber os desejosAonde é que iam darE aquele projetoAinda estará no ar...Não quero que vocêFique fera comigoQuero ser seu amorQuero ser seu amigoQuero que tudo saiaComo som de Tim MaiaSem grilos de mimSem desesperoSem tédio, sem fim...

um pouco mais?

depois de tomar uma água batizada,batida de cachaça, cerveja e vinho, minha colega vai até a porta de sua casa cuja rua se encontra em obras e diz bem baixinho:
-eu quero uma britadeira...
vira para mim e completa:
-óia, se eu tivesse um pouco mais doida eu gritava: EU QUERO UMA BRITADEIRAAAAA
mas não faço mais essas coisas...



imagina se fizesse!
férias, por favor chegue com cuidado, bem pianinho senão o coração não guenta.
grata, clarice

quinta-feira, 15 de maio de 2008

auto suficiência

antes de ontem eu fui feliz.
deixei de lado os compromissos da tarde.
assisti um filme de amor com um sorriso de orelha à orelha.
fumei um cigarro e pulei amarelinha nos ladrilhos do quintal, sozinha.
antes de ontem eu fui feliz.

sábado, 19 de abril de 2008

fico pensando

tenho lido muita coisa por ai, principalmente blogs, resolvi assumir essa modernidade na minha vida.a maioria dos textos começa com ESTIVE PENSANDO seguido por temas dos mais diversos como a relação entre homens e mulheres, os biocombustiveis, o que é a esquerda na politica hoje, entre outros. ai eu me pergunto: como essas pessoas tem tempo pra estarem pensando nessas coisas?eu acordo atrasada, corro pro trabalho pensando em tudo que eu esqueci de fazer no dia anterior e pode dar merda, se o onibus acabou de passar e eu vou ficar uns 15 minutos no ponto ficando mais atrasada, se eu paguei a porcaria do aluguel ou onde enfiei meu carregador de celular. chego no trabalho e fico um tempo tentando decidir se vou comer pão de queijo ou pão na chapa, café com espuma de leite ou chá mate, agoniada que o moço da padaria tá demorando horas pra passar meu pedido pro chapeiro.ai segue o dia tendo que fechar convidados pros dois programas que eu produzo, pedindo carro, passagem e hospedagem pra deus e todo mundo, vendo cronograma, finalizando orçamento (tá bom, meu trabalho é chato pra caralho, eu sei. alias, uso parte desse meu tempo escasso pensando qual outro dom divino eu tenho pra poder mudar de vida), além de ter que ler uns três sites de noticia, mais uns dois de fofoca, respondendo email de powerpoint do meu pai e ligando pra saber da minha mãe, sobrinha, afilhado. chego em casa morta, tomo banho, desisto de jantar e durmo vendo algum filme tosco na tela quente. que horas que eu vou estar pensando em como os homens sofrem menos que as mulheres quando terminam um namoro? ou sobre onde vamos parar com a politica do jeito que está? se me sobra cinco minutos pra discutir o caso isabella já eh muito e mesmo asism me sinto totalmente negligente em relção à isso, mesmo porque na verdade meu sonho sempre foi ser uma csi e essa era minha grande oportunidade de mostrar minha verdadeira vocação.leio blogs incriveis como o semduvida, da fe (sou fa), das meninas do 02neuronio, do antonio prata e outros e adoro, queria ser assim.mas no exato momento estou tentando pagar o bendito aluguel que está atrasado, mandando email pro cara do transporte mandar um carro pro lobão amanhã que eu esqueci de pedir e tentando programar o rádio relogio (???) pra me despertar amanhã, já que definitivamente perdi o carregador do celular.e calculando quantas horas de sono me sobram, que eu to esgotada.


p.s.: foi o pai.

julia nogueira

terça-feira, 25 de março de 2008

coisas que já me disseram

Minha pequena vida amorosa, nos altos dos meus 19 anos (quse 20, que fique claro), já rendeu frases muito engraçadas. As vezes eu gostaria que o infeliz não tivesse dito nada. Não porque o que ele acabou de dizer tenha sido algo escroto (as vezes por isso) e sim porque uma palavra sua pode paracer um mundo inteiro dentro de mim...
aconteceu assim:

"eu te amo"-ex namo

"você é muito fofinha, sabia?"-ex casinho

"você é gostosa, heim?"-gatinho cafa

"delícia"-véio tarado

"você é a menina super do bem"-casinho que não quer se envolver

"você parece uma bonequinha"-ficante mandando xaveco

"-to pesada?

-não, pode jogar o peso, assim eu sinto que não estou sozinho"-gatinho cafa em momento fofo

"dança que nem velhinha pra mim?"-ex caso

"você percebeu que gritou no meu ouvido?"-ex namo

"me leva com você?"- ficante tentando se dar bem

"como eu te encontro?"- ficante me enganando

"então a gente já decidiu, né? hoje eu vou pra sua casa pra você me fazer cafuné" -gatinho cafa

"quantos pães, senhora?"- padeiro sem noção

"-querido vc tá de aliança, não rola...

-mas você tá maravilhosa hoje, minha criança"- amigo bêbado

"a gente se fala"-amigo bêbado, ex namo,ex caso, ex casinho, gatinho cafa, gatinho fofo, ficante mandando xaveco, casinho que não quer se envolver, vério tarado, padeiro sem noção, ficante tentando se dar bem...

"eu te ligo"- todos

o alcoolismo impera

acho que to com vontade de tomar um drink. engracado como ultimamente eu sempre tenho vontade de tomar um drink, mesmo nas situacoes mais bizarras, tipo dia de votação o big brother na segunda a noite (eu ainda nao me libertei do bbb, confesso).ainda mais depois que descobri o vinho na minha vida. sempre detestei, acho que tomei uma vez um vinho esses chapinha de galão de 5 litros misturado com maconha ruim e passei mal, vomitei, sei lá. peguei trauma. atá fui viajar pra europa com o meu irmão uma vez, a gente ficou um mês conhecendo lisboa, paris, amsterdam, etc, e ele pedino meia garrafa dos melhores e mais baratos vinhos do mundo e me xingando.um dia resolvi re-experimentar, aí acho que já era uma marca um pouco melhor que chapinha 5 litros, e comecei a gostar, tomar uma tacinha ou outra quando tinha na casa de alguma amiga e tava frio. dai pra comprar garrafas na compra do mês no supermercado e querer cozinhar qualquer coisa pra combinar com tomar um vinho foi um pulo. ate desconfio que essas minhas assistidas ao big brother tenham um motivo oculto que nao acompanhar a vida de dez idiotas presos numa mansão brega...fato eh que de lá pra cá até a cervejinha nossa de cada dia perdeu um pouco a graça. vinho eh tão mais chique e menos empapuçante. e ainda tem vinho branco pros dias de calor. sem falar na champa, se bem que essa última eh melhor não contar muito porque dá uma ressaca no dia seguinte dificil de encarar.enfim, vinho combina até com ficar lendo textos nos blogs amigos e escrever seu próprio, pra colocar no seu proprio blog (claro, quando vc lembrar a senha).
Julia Nogueira

quarta-feira, 5 de março de 2008

a barata e eu.

uma caminhada na Paulisa: não resisti à truffa de maracujá.
a calçada: não existe mais.
19 anos: uma intimação da justiça e a chegada de uma convocação pra decidir o novo (velho) síndico. (a cachorra não é levada para tomar banho faz um mês.)
esperando o elevador: uma barata me olha, balançando as antenas, nós duas imóveis.
mas o que eu queria mesmo: é tomar sol...

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

a bebida entra e a verdade sai...

bebi bastante. to que nao me aguento.
vou mesmo eh tomar minha santa neosa e dormir. (santa neosa, santa neosa).
isso tudo porque meu marido saiu pra outro lugar, ai quando eu tava saindo da festinha que me deixou nesse estado liguei pra ele e perguntei: amor, vai demorar?
ele: na verdade vou, to jogando war aqui na casa do japones. eu ri. ele: e ainda tamo jogando com uns dados em 3d que ele fez no maya, porque ele tava sem dado de verdade na casa dele. eu nao entendi direito, mas ri mais (pessoa mais liberal, o marido fala uma coisa de nerd dessas e a esposa ri, achando fofo, tipo apoiando a nerdice exclusivamente masculina do marido e diminuindo o abismo entre homens e mulheres).
ainda cheguei em casa e resolvi dar uma fuçadinha na internet. a ultima conversa que eu me permitir ter pelo msn foi essa:
Amilcar (ci) says: (1:40:26 AM)
foi pra casa hein?
julia says: (1:44:37 AM)
bebi bastante
julia says: (1:44:45 AM)
to que nao me aguento
Amilcar (ci) says: (1:45:08 AM)
eu ate que to me aguentando
julia says: (1:46:58 AM)
tava bom la?
Amilcar (ci) says: (1:48:12 AM)
tava pela companhia. o som de tao pavoroso tava engraçado
julia says: (1:51:43 AM)
mas era buteco no centro? me explica isso
Amilcar (ci) says: (1:52:39 AM)
é um bar que tem la que rolaumas comidinhas boas e uma breja
Amilcar (ci) says: (1:53:26 AM)
em algum momento rola um funkao ao vivo e beleza
Amilcar (ci) says: (1:53:37 AM)
mas hj o som tava meio que deixando a desejar
julia says: (1:54:40 AM)
funkao ao vivo eh dificil
Amilcar (ci) says: (1:55:27 AM)
na semana passada tava legal
julia says: (1:56:52 AM)
como assim semana passada? vc frequenta boteco no centro com funkão ao vivo?
julia says: (1:57:03 AM)
ai meu deus, quando eu deixei que isso acontecesse???
esse eh amigão, impressionante como a gente não conhece as pessoas.
melhor mesmo ir dormir.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

por favor,

mocinha, me veja aí um curso de bordado com estamparia, com anos 30, com desenho, com literatura infantil, com ilustração, com encadernação, com laçarotes, miudezas, canto, música, culinária, produção cultural, corte, costura e prazer, sim?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

eclipse

ontem eu estava dentro da van.
aí entrou uma moça com fones de ouvido e saia bem curta.
ela tava falando muito alto, e dizia assim:
-GENTE, VOCÊS VIRAM????
todo mundo se olhou...
-É O ECLIPSE Ó!
eu tentei esticar o pescoço pra tentar enxergar, mas não tinha nenhum espaço, só prédio.
teve até uma hora que eu pensei que tava vendo a lua, mas era uma lâmpada.
eu perdi o eclipse.
mas a mocinha com os fones viu e disse que tava lindo...
-MOTORISTA VOCÊ PODE ME DEIXAR NA ESQUINA DA CARDEAL?

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

tédio

é assim: volta de viagem, não tem nada pra fazer, aí come feito louca...
e depois arranja o que fazer: reclamar porque comeu demais.
aí a irmã diz: porque é que você não faz um blog?
e eu digo: mas blog é meio pra ninguém ler, né?
resposta: não. se fosse pra ninguém ler, escrevia num caderno, né?
(mas eu ainda acho que ninguém lê!)
(até que é legal falar sozinha.)
vou comer pão de queijo.
beijo

Arquivo do blog