quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Então a gente começa a ler Clarice esperando se emocionar e vê que não entende metade do que está escrito. Mas uma coisa estranha ocorre à todas as pessoas: param de ler e escrevem coisas.
Lá vai.

São Paulo, 6 de Setembro de 2010

Se já tiver passado da meia noite já será então 7 de setembro. Mas eu não sei. Não sei que horas são e nem há quantas horas tenho me sentido sozinha sem gostar.
Há dias em que se sentir sozinha é delicioso. Mas hoje não. Hoje não é um estar sozinha comum.É um estar sozinha em São Paulo. Num frio chato que veio quebrando aquele calor que eu tava gostando tanto. Num dia em que todas as respostas dadas à mim foram negativas. (...) Não sei viver isolada desse sentimento de pertencimento. Gosto de estar no olho do furacão, de estar conectada à tudo. De não perder o fio da meada é o que gosto. Ultimamente aliás tenho achado que estou muito fragmentária. Não sou capaz de manter o fio da meada dos meus desejos e fico toda incomodada já no momento em que as coisas estão acontecendo.
(...)
Mas veio de repente uma sensação boa em meio à solidão: Talvez eu me baste as vezes. Talvez consiga sim ficar só.
E isso pode significar que o momento de ir pra longe esteja chegando. Já posso dar conta desse desligamento?
A gente é só.
e preciso viajar.

(livre inspiração: uma aprendizagem ou o livro dos prazeres- clarice - aquela que tem flor -de-lis no peito)

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